domingo, 30 de novembro de 2008

“Scream for me, Brazil!”

Banda inglesa Iron Maiden volta ao Brasil um ano após última passagem. Headbangers comemoram.

Março é um mês especial para os fãs brasileiros de heavy metal. Este ano, a banda Iron Maiden, maior representante do estilo em todo o mundo, fez um show memorável em São Paulo, levando quase 40 mil fãs ao Parque Antártica (estádio de futebol da Sociedade Esportiva Palmeiras). Eles também tocaram em Curitiba (Pedreira) e Porto Alegre (Gigantinho). O repertório? Simplesmente o melhor da Era de Ouro – período compreendido entre os sete primeiros álbuns, considerados por muitos os melhores que os ingleses já lançaram. O vocalista Bruce Dickinson, na ocasião do show, prometeu aos presentes que iria “torturá-los” um pouco mais. E a promessa será cumprida exatamente um ano depois da apresentação.

Veja a agenda brasileira do grupo:

* 12 de março de 2009: Manaus (Sambódromo)
* 14 de março de 2009: Rio de Janeiro (Apoteose)
* 15 de março de 2009: São Paulo (Autódromo de Interlagos)
* 18 de março de 2009: Recife (Estádio Municipal)
* 20 de março de 2009: Brasília (Brasília Camping)

O público mais uma vez cantará a cheios pulmões os clássicos dos discos “Iron Maiden”, “Killers”, “The Number of the Beast”, “Piece of Mind”, “Powerslave”, “Somewhere in Time” e "Seventh Son of a Seventh Son". O show promete a mesma performance de sempre, com a presença de palco marcante de Bruce, correndo de um lado para o outro e incitando a platéia. Além disso, haverá um grande número de efeitos especiais pirotécnicos e, claro, as aparições de Eddie, o mascote da banda, durante a apresentação. A turnê atual chama-se “Somewhere Back in Time” – além de Brasil, a “Donzela de Ferro” passou este ano por outros países da América Latina, como: México, Colômbia, Argentina e Chile.

Formação atual:

Bruce Dickinson – vocais
Steve Harris – baixo e vocais de apoio
Dave Murray – guitarra
Adrian Smith – guitarra e vocais de apoio
Janick Gers – guitarra
Nicko McBrain – bateria
Harris e Dickinson falam sobre
tocar no Brasil

Steve Harris: "Não é segredo que amamos tocar no Brasil. Quando olhamos e vimos que havia a oportunidade de voltarmos nesta etapa final para tocar em lugares onde não tínhamos estado e rever nossos mais entusiasmados fãs, não tivemos nenhuma dúvida. Queríamos muito tocar em lugares como Manaus, Brasília e Recife, além de poder estar novamente no Rio de Janeiro depois de mais de 5 anos. Também adoramos termos sido convidados para tocar em Interlagos. Tenho certeza de que será um show memorável. Como será um enorme concerto após termos estado em São Paulo no início deste ano, achamos que seria a ocasião especial para trazermos de avião o show completo, exatamente como nossos fãs na Europa e Estados Unidos viram. Será preciso um avião à parte para podermos colocar todo o equipamento: além de Eddie, hienas, gatos, muitos panos de fundo diferentes, além do próprio demônio e toneladas de pirotecnias! Especialmente para esse show, iremos mudar a ordem e algumas músicas no set list, colocando outras músicas dos primeiros álbuns, já que não estivemos no Brasil no início de nossa carreira. Acho que os fãs gostarão de ouvir as músicas tão conhecidas ao vivo. Daremos tudo de nós para que esses encontros sejam inesquecíveis."

Bruce Dickinson: "Essa maneira singular de realizar uma turnê, reunindo toda a equipe e todo o equipamento em nosso próprio avião, ajudou a fazer de 2008 um dos mais bem sucedidos, excitantes e divertidos anos de toda a história da banda. Dirigir o Ed Force One através do planeta e tocar para os nossos fãs em tantos países diferentes foi uma experiência incrível para todos nós. Eu, pessoalmente, considero pilotar e me apresentar no palco as coisas mais desafiadoras e gratificantes que eu já fiz, a despeito de todo o rigor que isto exige e das dificuldades que sempre existem. Na verdade foi bem mais divertido quando nós decidimos realizar esta última parte da turnê desta forma. E é uma honra para nós voltarmos a tocar no Brasil tão rapidamente e darmos aos nossos fãs uma noite tão especial quanto possível. Tudo isso será uma maneira fantástica de complementar este ano incrível para a banda, antes que nós possamos parar um pouco e depois gravar um novo álbum de estúdio."

* Trecho de entrevista divulgado pela assessoria da banda. Fontes: http://www.ironmaiden.com/ e http://ironmaidenbrasil.com/site/

segunda-feira, 17 de novembro de 2008




A farofa em versão eletrônica
Guns N’ Roses lançará tão aguardado CD “Chinese Democracy”


Com certeza todas as pessoas com pelo menos 20 anos de idade já ouviram ou leram a expressão “Chinese Democracy” alguma vez na vida, seja em uma revista especializada em música ou em uma piadinha da internet. A verdade é que trata-se do lendário álbum do Guns N’ Roses, idealizado, produzido e gravado desde 1994 – quase 15 anos de história. Os fãs já tinham praticamente desistido de esperar o disco, acreditando que ele nunca seria lançado, mas, depois de vários “alarmes falsos”, finalmente veio a verdadeira notícia de que ele seria lançado dia 25 de novembro.

Apesar disso, as faixas já circulam na internet – quatro delas ainda são bem difíceis de conseguir. As prévias de download disponibilizadas para as rádios vazaram e anteciparam a surpresa quanto ao conteúdo das gravações. Assim, muitos já o ouviram e aprovaram (ou não), contrariando as expectativas dos integrantes da banda, que pretendiam esconder as canções à sete chaves e aumentar o mistério que envolve o “Chinese Democracy” há mais de uma década.

Os fãs mais conservadores certamente terão mais dificuldade e relutância em aprovar o novo repertório. Isso porque é fato que o Guns deixou de lado a maior parte de suas raízes Hard Rock, para testar um som com mais efeitos, que aproxima-se do “eletronic rock” e até do “New Metal”, comum nos dias atuais. Mas dá pra entender o prisma das mudanças sofridas pela banda. Desde o começo de sua produção, com a mudança de década – e de século –, e as numerosas transformações tecnológicas sofridas até aqui, os membros sentiram-se seduzidos a testar os efeitos eletrônicos que vinham surgindo, ainda mais ao ver outras bandas sucederem-se bem com eles, como “Rage Against the Machine”, “Korn”, “Linkin Park” e “Queens of the Stoneage”.

Chinese Democracy está longe de ser o melhor disco do Guns, mas uma coisa é certa: agora, definitivamente, estará marcado na história mundial do rock – pelo menos como o disco mais demorado, elaborado e um dos mais caros (aproximadamente 13 milhões de dólares). O que os apreciadores mais sentirão falta serão: o timbre agudo de guitarra característico de Slash (atualmente no Velvet Revolver) e a voz forçada e afinada de Axl Rose (único remanescente da formação original) – não que ele a tenha perdido, mas ela aparece mais rouca e em alguns trechos chega até ao grave. Mas, vale reforçar, são quase 15 anos de produção, o que torna natural todas essas mudanças.

As faixas
Veja a análise de cada uma das faixas do tão aguardado disco:

Chinese Democracy: Carro-chefe que leva o mesmo nome do disco. Por incrível que pareça, é uma das mais fracas. Como é a primeira do álbum, quem a ouve, tem a sensação de que o repertório será todo muito fraco, mas não é bem assim. A música "Chinese Democracy" tem muito de experimentalismo, um exagero de efeitos e um peso desnecessário. Axl encaixa um vocal mais Heavy Metal, o que foge totalmente da proposta da banda. Uma pena, pois foi a primeira a ser lançada nas rádios...

Shackler's Revenge: A faixa foi uma trilha especial do jogo "Rock Band 2", mas não justificou tal opção. Até porque, de rock – na maioria de suas vertentes –, ela não tem quase nada. Na verdade, é a que mais se aproxima do eletrônico, devido à quantidade de efeitos. Ficou até bem pesada, o que não passa nem perto de ser uma qualidade. Os fãs realmente vão estranhar...

Better: Sem dúvida a melhor do CD. Apesar do efeito, que aparece no início, meio e fim, há uma sincronia de elementos e uma melodia inquestionável. A linha vocálica e os refrões são os pontos fortes. Há apenas um trecho mais pesado em que o vocal fica, desnecessariamente, muito berrado.

Street of Dreams (The Blues): Uma das baladinhas do lançamento. Começa no piano e ainda marca outras semelhanças com "November Rain". Axl usa um vocal mais rouco e rasgado, mas aparecem muitos de seus “Oh”, “Ah”, “Hum” e “Yeah”, que tornaram-se característicos na banda. A melodia e a letra ficaram bem sincronizadas.

If the World: Outra baladinha. Começa com trechos orientais e, com efeito ou não, a voz de Axl parece mais sensata e bem trabalhada. A batida seca de bateria (quase eletrônica) e alguns poucos riffs, junto a outras dezenas de elementos, fazem dela uma bela música. O solo é um dos mais bonitos e, como será visto apenas em outras poucas partes do disco, há uma semelhança com as guitarras e violões de Slash.

There Was a Time: Uma música com vocal e instrumental que lembra bastante o New Metal de bandas como Linkin Park. Axl chega a grandes agudos mais ao final, mas a canção é bastante monótona. Apesar de bem trabalhada, não é o estilo que consagrou o Guns e os fãs provavelmente vão demorar a se acostumar...

Catcher In The Rye: Mais uma vez, um começo semelhante a "November Rain". Foi uma das poucas vezes no CD que a banda acertou na escolha dos efeitos. Sem excessos e com uma melodia em que pode-se ouvir bem cada instrumento, o Guns volta às suas origens Hard, em refrões bem trabalhados, partes repetidas e clichês.

Scraped: Outra faixa com muitos efeitos e esforços vocálicos desnecessários. Só faltou um baixo com mais destaque para parecer com o instrumental “meio bagunçado” e as “narrações cantadas” do Red Hot Chilli Peppers. A fórmula, porém, não ficou boa. Foi uma das experiências que não deram certo...

Rhiad N' The Bedouins: Talvez a mais enjoada do CD. Apesar de lembrar um pouco o Led Zeppelin, os numerosos efeitos a transformam numa música bem chata. A escolha do solo também não foi boa. Ainda bem que ela tem menos de 4 minutos...

Sorry (feat. Sebastian Bach): uma música que tenha o vocal de Sebastian Bach (clássico vocalista do Skid Row, que atualmente embarca em carreira solo), mesmo como dueto, não pode ser ruim. A dupla Axl e Sebastian deu certo, em uma música simples, sem muitos efeitos, cadenciada e sem exageros nos esforços vocálicos de ambos (Sebastian canta até em tom normal). Muito boa música, que trabalha bem as partes mais leves e as mais pesadas. Uma pena que seja a 10ª música, pois quem ouvir faixa-a-faixa, pode já estar entediado quando chegar nela. Talvez “Sorry” seja mesmo um pedido de desculpas para os fãs...

I.R.S: Um pouco enjoadinha em alguns momentos, mas vai melhorando aos poucos. O IRS, o FBI e até mesmo o presidente são elementos dessa música. O solo faz bem a sua parte, junto a uma harmonia bem sincronizada. Nada demais, mas dá pra costumar bem com ela...

Madagascar: Uma música com o nome de um país africano para um disco chamado “Democracia Chinesa”. Apesar disso, traça uma linha meio progressiva, que, dentro do experimentalismo do CD, chega a ser curioso. Em uma das partes, há flashbacks de vozes – uma delas é a que aparece na narrativa da música “Civil Wars”, clássico da banda. Os elementos, alguns até sinfônicos, criaram uma atmosfera que fará os ouvintes viajarem nos trechos de transição.

This I Love: Chega a ser engraçada, com vocais e instrumentais baixos – até orquestrados em algumas partes. Mas curioso mesmo são os efeitos típicos de videogames – como aqueles dos menus de opções dos jogos –, que aparecem durante toda a canção. O melhor de todos é o que lembra um machado sendo arremessado, com o som de corte no vento. A música, porém, apesar de ter uma letra longa, não consegue prender a atenção, pois o ouvinte estará se divertindo com os efeitos.

Prostitute: Talvez os fãs cheguem na última faixa já sem paciência, mas “Prostitute” é uma boa música. Nada que confirme os quase 15 anos de gravação e produção, claro, mas aqui os refrões ganham o destaque característico que a banda sempre colocou em outras músicas famosas. Os solos de guitarra também aparecem em momentos interessantes. A música ganha cerca de um minuto instrumental ao seu final, talvez para brincar com tempo, que foi a marca registrada do "Chinese Democracy".

Curiosidades acerca do disco

-> O álbum demorou tanto tempo a sair que muitos acharam que era mesmo lenda e que ele nunca sairia. Várias foram as vezes que chegou a ser anunciado, sem, no entanto, chegar às lojas. A empresa americana Dr. Pepper chegou a anunciar que daria uma lata de seu refrigerante a cada norte-americano se o lançamento acontecesse. Só que agora ela vai ter mesmo que pagar, pois o disco vai sair. O cadastro para receber as latinhas de graça no evento será feito pela internet, no site da Dr. Pepper. Uma grande jogada de marketing: vincular o produto ao lançamento mais aguardado da década.

->
O Guns promoveu um campeonato de “air guitar” (técnica com a qual as pessoas imitam solos de guitarra, como se estivesse realmente tocando o instrumento). Qualquer um pode inscrever um vídeo no Youtube, mas a performance tem que ser ao som de uma música da banda. O vencedor ganhará um CD “Chinese Democracy” autografado no dia de lançamento (25).

-> Quando finalmente a banda marcou o dia de lançamento do disco e disponibilizou o download das músicas para as rádios, elas vazaram e começaram a circular na internet. Quatro das músicas foram mantidas em um sigilo maior e são mais difíceis de encontrar na “grande rede”: “Shackler's Revange”, “Scraped”, “This I Love” e “Prostitute”. Além disso, por algum tempo, foi mantido mistério quanto à verdadeira capa do “Chinese Democracy”.
(Veja no mosaico no começo da matéria a capa original e algumas que apareceram na internet como supostos encartes.)


CHINESE DEMOCRACY (link para baixar)
http://rapidshare.com/files/164015371/GNR-SKHR-______Castelano_.rar


TRACK LIST:

1) Chinese Democracy - 4:42
2) Shackler's Revenge - 3:36
3) Better - 5:10
4) Street Of Dreams (a.k.a. The Blues) - 4:46
5) If The World - 4:59
6) There Was A Time - 6:34
7) Catcher In The Rye - 5:52
8) Scraped - 3:26
9) Rhiad N' The Bedouins - 3:46
10) Sorry (feat. Sebastian Bach) - 6:11
11) I.R.S - 4:41
12) Madagascar - 5:52
13) This I Love - 5:37
14) Prostitute - 6:15

Eu daria nota 5 pelo disco, mas pela importância que ele terá na história do rock, mereceria 10. Então, pela média, 7,5.


NOTA 7,5

sexta-feira, 14 de novembro de 2008


O bom e velho AC/DC
Banda australiana lança novo álbum, Black Ice, já sucesso de vendas

Qual a fórmula do sucesso? O que leva a altas vendagens uma banda que sempre produz o mesmo som, sem mudanças? O AC/DC com seu novo álbum, Black Ice, responde a essa pergunta e a muitas expectativas. Só na semana de lançamento, a banda australiana vendeu mais de 780 mil cópias nos Estados Unidos e liderou as paradas de sucesso. Na semana seguinte, os australianos continuaram no topo e chegaram à soma de mais de 1 milhão de unidades do disco vendidas. E só perderam mesmo o posto na terceira semana, para a trilha sonora do filme Twilight ("Crepúsculo"), que estrearia nos dias seguintes nos EUA.

A fórmula é a mesma de sempre: os acordes poderosos de Angus Young, a bateria bem marcada de Malcolm Young, a voz rouca e inconfundível de Brian Johnson e os refrões curtos e repetitivos. Destaque para as músicas “Rock’n Roll Train”, “Big Jack”, “Stormy May Day”, “Rock’n Roll Dream” e, claro, a faixa-título. Novidade só mesmo a criação do primeiro videoclipe musical feito no Excel – programadores da banda fizeram um clipe exclusivo de “Rock’n Roll Train” para ser executado no programa, segundo eles, com o objetivo de driblar os “firewalls” das redes corporativas, que, na maioria das vezes, restringe o acesso dos funcionários à internet e outros recursos por política de segurança do trabalho.

O sucesso de jogos como “Guitar Hero” e “Rock Band” impulsionam, de certa forma, a volta de bandas de renome internacional, tal como AC/DC (cujo hit “Back in Black” é uma das trilhas do filme “Homem de Ferro”), Guns N’ Roses e Metallica. A figura dos guitarristas muito contribuiu para essa nova alavancada do rock mundial. Personagens principais no espetáculo das “pedras rolando”, eles têm conquistado novos fãs e reconquistado os antigos, sedentos por novidades, usando apenas uma arma antológica: o riff.




TRACK LIST:

1) Rock N’ Roll Train - 4:21
2) Skies on Fire - 3:34
3) Big Jack - 3:57
4) Anything Goes - 3:22
5) War Machine - 3:09
6) Smash N’ Grab - 4:06
7) Spoilin’ for a Fight - 3:17
8) Wheels - 3:28
9) Decibel - 3:34
10) Stormy May Day - 3:10
11) She Likes Rock N’ Roll - 3:53
12) Money Made - 4:15
13) Rock N’ Roll Dream - 4:41
14) Rocking All the Way - 3:22
15) Black Ice - 3:25



NOTA 10